terça-feira, 8 de setembro de 2009

"Uma esmola pelo amor de Deus, uma esmola por caridade..."


"Nada mais familiar aos brasileiros do que as esquinas cheias de gente pedindo esmolas. Entre os pedintes há os que se apresentam em cadeiras de rodas ou muletas. Há os velhos, os barbudos, os bêbados e as mulheres com bebês no colo. Há as crianças, sobretudo, muitas crianças. De uns tempos para cá elas se especializaram em fazer malabarismos a frente dos carros. Algumas são realmente competentes na arte de manter no ar três, quatro ou cinco bolinhas. Demonstram que tiveram sagacidade e persistência para aprender, o que pode ser sinal de talento também para outras coisas na vida. Outras vão mal, constrangedoramente mal. Fazem papel de pequenos palhaços involuntários no show das esquinas. Todos têm em comum os andrajos com que se vestem e a fuligem da pobreza que lhes cola à pele, sinais do desvio social em que estão metidos." - Roberto Pompeu de Toledo. Veja, 12 de fevereiro de 2003.


DAR OU NÃO DAR ESMOLAS; bem hoje por volta das 13h, saía de meu serviço, com destino a minha residência para almoçar, quando no semáforo de um cruzamento movimentado de minha cidade, percebo alguém na janela do carro, admito o ar do carro estava ligado e o rádio também, estava em meu mundo delirante e viajante, não tenho o costume de fazer isso, vivo “tenso”, mas, ninguém é de ferro, uma hora a “guarda” tende a abaixar. Fui tomado por um leve desconforto e susto, e sabem como é! Hoje em dia o mar não está para peixe! Tive uma reação de defesa instantânea, daquelas que só quem me conhece sabe, contudo, era tão e somente um cadeirante, que pedia que eu comprasse um saco de balas para ajudá-lo. Por sorte o senhor não chegou a ver a minha reação, uma vez que o meu vidro estava fechado e possuo película insulfilm. Passados alguns segundos da reação e ainda olhando para o lado, sem baixar o vidro, fiquei pensando, com relação ao susto e a situação daquela pessoa que ali estava, ao olhar para frente vi também outro senhor que estava com uma moeda em uma das mãos e também abordava os veículos e pedia também o seu quinhão a sociedade que passava, e muitos como eu, sequer abriam a janela.
Não sei a motivação de cada um para abrir ou não os seus vidros e atender as pessoas, porém não podemos fazer vistas grossas e fingir que a situação não está ali. É o que encontramos em cada esquina de toda a nossa nação, mudando somente os personagens.
Pessoalmente acho que dar esmolas não é a solução, uma vez que o destino do dinheiro, na maioria das vezes não é o informado pelo pedinte, mas e ai? Qual o seu quinhão? O que fazemos para melhorar a vida ao nosso redor? Ou será que isso é pensar demais, afinal não conseguimos cuidar da nossa direito! ...

Fica o dilema moral e social. O QUE FAZER????

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