sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Campos e as queimadas




Sou nascido e morador no município de Campos dos Goytacazes, cidade do Estado do Rio que já sustentou o titulo de uma das maiores produtoras de açúcar e álcool do Brasil, criando-se aqui um verdadeiro império entorno da monocultura da cana de açúcar. Atualmente apenas cinco indústrias de beneficiamento de cana (usinas) estão em atividade na cidade, uma vez que, as demais faliram face aos planos econômicos, combinados com má administração e desvios de recursos, inclusive recursos públicos. Com relação as que ainda restam, utilizam na lavoura praticas de colheitas do tempo do império ou anteriores, mão de obra semi-escrava e a utilização da queimada. A forma utilizada para facilitar a colheita à queimada é extremamente nociva ao meio ambiente, pois destroem todo um ecossistema formado nas plantações e seus arredores, provocando a fumaça e fuligem, problemas alérgicos e respiratórios. Nesta semana após uma ação civil pública, ajuizada pelo ministério público federal impedindo a pratica da queimada, os representantes da usinas, através da Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), informaram que não teriam condições de parar com as queimadas, pois não possuíam maquinário suficiente, para a substituição dos trabalhadores, e que isso demandaria tempo. Ora! Há quanto tempo é realizada a queima de cana na região? Será que já não houve tempo hábil para a indústria da cana se modernizar? Ou será que manter trabalhadores, mal pagos e em condições subumanas é menos dispendioso? Bem, seja como for, se algo não for feito, com os novos rumos da região, com a descoberta do pré-sal, portos e outras indústrias, as poucas usinas que ainda restam irão realmente acabar, mais por conta da incompetência dos seus administradores como ocorreu anteriormente, pois, vão perder mão de obra para a construção civil e outras indústrias de uma forma ou de outra, melhor seria utilizarem maquinário, reduzindo a mão de obra que migraria para outro setor e ainda conservariam o meio ambiente, com o fim das queimadas. Com relação à mão de obra para aqueles que acham que iriam ficar desempregados trabalhadores da região! Saibam que não seriam tantos assim, pois já é pratica das usinas da região trazer trabalhadores de outras partes do país para trabalharem na lavoura de forma semi-escrava, ou seja, outro problema.

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