segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Felicidade no trabalho aumenta produtividade e lucro

Pequenas empresas investem em programas de incentivos para os funcionários trabalharem mais felizes. As recompensas podem ser prêmios como viagens e jantares, ou até mesmo a redução da jornada de trabalho. Empregados motivados rendem mais e aumentam o lucro da empresa.

A fotografia de uma equipe feliz e os sorrisos não são apenas parte de uma pose forçada. Trabalho e diversão caminham juntos em uma empresa de consultoria de São Paulo que aposta na satisfação dos funcionários para crescer.

“É isso que a gente busca: a felicidade do time. Trabalhamos sempre com essas três coisas em mente: a realização das pessoas no trabalho, o crescimento permanente, a evolução da espiral da melhoria contínua, e os lucros que fazem as empresas sobreviverem,” diz o empresário José Hernani Arrym.

Os 30 funcionários são economistas, administradores, engenheiros. Eles criam soluções para os clientes. Desenvolvem estratégias para aumentar o lucro das empresas. A equipe é jovem e vem das melhores faculdades do país. Entre os estímulos criados para segurar os empregados, está a participação nos lucros.

“Nós temos um programa de bônus trimestral. Quatro vezes por ano, quando a companhia vai bem, as remunerações correspondem a esse desempenho”.

Os sócios, Valter Pieracciani e José Hernani Arrym, criaram um modelo de gestão diferente. O lema da empresa é liberdade com responsabilidade. Os colabores administram o próprio tempo. Eles têm 20% do horário de trabalho livre.

“Nós sabemos que o ambiente profissional em si não satisfaz as expectativas de vida que as pessoas têm. A gente acredita que tempo para atividades culturais, atividades recreativas, o esporte, atividades de cunho espiritual, religioso, isso faz parte da vida,” revela José Hernani.

O consultor Márcio Amorim usa o tempo livre para estudar.

“Eu atualmente faço mestrado, estou na reta final de entregar o meu trabalho. Isso é importante porque me traz conhecimento tanto aqui para firma como para outras coisas. A firma gosta que a gente estuda, valoriza e incentiva isso, tanto é que ela permite que eu saía mais cedo um ou outro dia para poder desenvolver esse trabalho”.

Os sócios estimulam a definição de um plano de metas individual. Foi criado um programa chamado atletas corporativos - coordenado pela ex-atleta olímpica Marta Schonhorst.

“Eu trago essa bagagem do treinamento desportivo, do trabalho com rendimento e desenvolvimento e resultado do esporte, para outro ambiente que eu nunca imaginei que pudesse ser tão receptivo,” diz a coordenadora Marta Schonhorst.

A treinadora passa quatro meses com cada funcionário. E faz um plano de performance pessoal e profissional. A consultora Ana Paula Keller garante que seu desempenho melhorou.

"Eu tomei as rédeas do meu comportamento, das minhas ambições. Consegui com isso direcionar melhor minha carreira, com mais profissionalismo, de uma maneira muito mais espontânea também. Pessoas são muito parecidas, pessoas querem se desenvolver, pessoas querem resultado, pessoas são boas nisso. Tem atletas talentosos, tem jovens consultores super talentosos, tem executivos talentosos, então pessoas visam muito resultado e desenvolvimento", explica.

Um estudo mostra que uma pessoa recebe sete mil estímulos visuais e auditivos por dia.

Os espaços abertos são muito bons, mas acontece aquele pára e anda. Você para, se distrai, volta, se distrai, volta, principalmente com a internet.

Para evitar a dispersão, a empresa criou um ambiente especial.

A equipe vai para outro prédio, a cem metros de distância. Esta sala, sem telefone, é o prensódromo. Um lugar em que se exige silêncio.

“Aqui a gente consegue sentar, quando tem que fazer pesquisa, quando tem planilhas que você precisa de mais concentração e você não pode ser interrompido, não pode ter barulho, telefone. Então, a gente vem para cá e consegue se concentrar,” diz a consultora Laís.

E depois da concentração, vem a distração. Na sede da empresa existe um bar. No fim do dia dá até para tomar uma cervejinha.

“É importante porque você sai um pouco do ambiente do trabalho, da frente do computador, onde fica muito concentrado trabalhando. Você vem para cá, com seus amigos de serviço, relaxa um pouquinho, coloca a fofoca, o papo em dia, daí você consegue tranqüilidade para voltar ao trabalho com força total,” diz o consultor Rodrigo Pellarin.

Alguns não descansam nem no bar. A equipe é dividida e cada dupla desenvolve um projeto. No final, os melhores são premiados. E a firma tem novas e boas idéias para vender aos clientes.

“Nós fizemos em seis semanas o que levaria no mínimo seis meses para ser feito. No mínimo,” diz Valter.
Motivar o grupo custa caro. Mas dá resultado. Só em 2008, a empresa cresceu 35%.

“Nós temos conseguido aumentar a taxa de retenção dos nossos colaboradores, aumentar o nível de satisfação de clientes e expandir efetivamente a nossa carteira de clientes,” revela José Hernani.


Obs.: Exemplo que deveria ser seguido a risca em todos os setores, inclusive no funcionalismo público...

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